SER FEMINISTA NÃO É UMA ESCOLHA: A LUTA PELA IGUALDADE DE GÊNERO DEVE SER DE TODAS, TODOS, TOD@S E TODOS OS DIAS.

Autores

  • ELIANE DOLENS ALMEIDA GARCIA GARCIA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

DOI:

10.47270/RA.2596-2671.2021.v3.n7.id1306

Palavras-chave:

Patriarcado, Feminismo, Liberação, Equidade e Igualdade

Resumo

Este artigo reflete a discussão sobre o feminismo ao longo tempo. A luta das mulheres por participação, voz, equidade e respeito na sociedade existente há séculos, desde as “bruxas” perseguidas na idade média até as lutas travadas nas ruas para conquistar o direito ao voto. Concordamos com a filósofa francesa existencialista Simone de Beauvoir (1949), “ninguém nasce mulher, torna-se mulher”. Logo, condicionar o ser mulher ao simples fato de ter nascido do gênero feminino resume sua imagem a uma condição de sexo frágil ou segundo sexo, fadada a executar tarefas enfadonhas, reprodutivas e sem remuneração. Para Judith Butler (2010) o ser humano não tem a sua essência ou identidade definida ao nascer, pois primeiro existimos e a partir de nossa orientação sexual é que definimos a nossa essência. Considerando que o homem é um ser social e que se constrói a partir da socialização e das interações, como as mulheres poderiam se constituir como figuras ativas na sociedade, já que o seu papel se limitou por séculos, a ser desempenhado no seio da família e de forma invisível, delineando a falta de equidade e igualdade de participação na sociedade? Já na década de 20, um século atrás, a revolucionária russa Alexandra Kollontai (2011) abordava a importância de alternativas públicas, como restaurantes e lavanderias para que a mulher pudesse se libertar dos trabalhos domésticos, ao mesmo tempo que defendia a importância de se estabelecer uniões entre pessoas livres. Discutir o feminismo igualitário é dialogar com uma realidade insurgente e plural onde grande parte das mulheres encontram-se inseridas e atuando num cenário de desigualdade, violência, fome e desemprego ainda mais agravado pela pandemia ocasionada pelo Novo Corona vírus, que teve início no final de 2019 e ainda assola países no mundo inteiro. Enquanto base da construção teórica, serão tomados como referência ativistas e filósofos como Flora Tristan (1838), Mary Wollstonecraft (1971), Neuma Aguiar (1984), Mikhail M. Bakhtin (2014) Olimpe Gouges (2017), Chimamanda Ngozi Adichie (2017) e Emma Watson (2017), bem como outros que versam sobre este tema e impulsionam um sentimento de sororidade na condução da transformação das estruturas sociais.

Referências

ADICHIE, Chimmanda Ngozi. Para educar crianças feministas: um manifesto. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2017.

______. Sejamos todos feministas. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2015.

AGUIAR, Neuma (org.) (1984). A mulher na força de trabalho na América Latina Rio de Janeiro: Vozes.

BAKHTIN, M. (Volochínov). Marxismo e filosofia da linguagem.13. ed. Trad. M. Lahud; Y. F. Vieira. São Paulo: Hucitec, 2014.

BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo: fatos e mitos. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1970.

________. O segundo sexo: fatos e mitos, vol. 1. 3ª ed. Tradução de Sérgio Milliet. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016a.

________. O segundo sexo: a experiência vivida, vol. 2. 3ª ed. Tradução de Sérgio Milliet. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016b.

BEZERRA, SYMONE Nayara Calixto. A contribuição da Análise Dialógica do Discurso para o ensino da escrita escolar: do blog ao artigo de opinião. João Pessoa, 2018

BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução de Renato Aguiar. Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 2010.

______. Actos performativos y constitución del gênero: um ensayo sobre fenomenologia y teoria feminista. Debate feminista, 18 (1998):296-314. DOI: https://doi.org/10.22201/cieg.2594066xe.1998.18.526

______. Cuerpos que importan: sobre lós limites materiales y discursivos del “sexo”. Traducción Alcira Bixio. 1ª Ed. Buenos Aires: Paidós, 2002.

D`AVILA, Manuela. Por que lutamos? Um livro sobre amor e liberdade. 1ª ed. Editora Planeta, 2019.

GONZÁLEZ, María de la Macarena Iribarne. Flora tristán y latradicióndel Feminismo Socialista.de Derechos Humanos Bartolomé de las Casas. Getafe, junho de 2009.

GOUGES, Olympede, Femme, réveille-toi!Editon Galllimard,2014.

LOBATO, Monteiro. Sítio do Picapau Amarelo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2019.

KOLLONTAI, Alexandra. A nova mulher e a moral sexual. Editora Expressão Popular: São Paulo, 2011.

KOLLONTAI, Alexandra. Autobiografía de uma mujer emancipada.Trad. Elena Herrero e Juan del Solar. 3. Ed. Editorial Fontamara: Barcelona, 1978.

MENDES Raiana Siqueira; Bruna Josefa de Oliveira VAZ, Amasa Ferreira CARVALHO. O Movimento Feminista e a luta pelo empoderamento da mulher. Disponível em: Acesso em: 17 de novembro de 2018.

, M. História da sexualidade I: a vontade de saber. 13.ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1988.

, M. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.

REVISTA ELETRÔNICA BLOG IMAGINEIE Disponível em: <https://blog.imaginie.com.br › referencias-do-movimento> Acesso em: 18/06/2021.

REVISTA ELETRÔNICA ONUMULHERES Disponoível em: <http://www.onumulheres.org.br › elesporelas> Acesso em: 18/06/2021.

THÉBAUD, Françoise. (Org.). História das mulheres no Ocidente: o século XX. Tradução de Alda Maria Durães et. al. Porto: Afrontamento; São Paulo: Ebradil, 1995. v. 5 (Coleção dirigida por Georges Duby e Michelle Perrot.)

THÉBAUD, Françoise. Écrire l'histoire des femmes. 2. ed. Fontenay/Saint-Cloud: ENS Éditions, 1998.

TRISTAN , F. Nécessité de faire un bon accueil aux femmesétrangères, par Madame F.T. Paris: chez Delaunay, 1835. (Bibliothèque Nationale, Paris. Microfiche m.16830)

WOLLSTONECRAFT, Mary. Reivindicação dos di-reitos da mulher. Tradução de Ivania Pocinho Motta. São Paulo: Boitempo, 2016.

Downloads

Publicado

04-02-2022

Como Citar

ALMEIDA GARCIA GARCIA, ELIANE DOLENS. SER FEMINISTA NÃO É UMA ESCOLHA: A LUTA PELA IGUALDADE DE GÊNERO DEVE SER DE TODAS, TODOS, TOD@S E TODOS OS DIAS. Revista AlembrA, [s. l.], v. 3, n. 7, p. 50–70, 2022. DOI: 10.47270/RA.2596-2671.2021.v3.n7.id1306. Disponível em: https://periodicos.cfs.ifmt.edu.br/periodicos/index.php/alembra/article/view/64. Acesso em: 28 abr. 2024.