MATERNIDADE E EDUCAÇÃO: REFLETINDO SOBRE O APOIO NA INSTITUIÇÃO DE ENSINO
DOI:
10.47270/RA.2596-2671.2022.v4.n09.id1617Palavras-chave:
Mulheres, Maternidade, EducaçãoResumo
Resumo A educação formal tem sido um fator importante que auxilia diversas mulheres a superarem problemas sociais. Se a mulher for mãe durante os períodos de estudos, a conciliação com a maternidade pode ser um desafio ou representar barreiras que a impedem de continuar. Desta forma, vale evidenciar a importância da rede social de apoio à mulher para auxiliá-la no cuidado e educação do bebê. Este trabalho objetivou refletir sobre o apoio dado às mães, oferecido principalmente pela instituição educativa, após o período de atendimento domiciliar. Para isto, aplicou-se um questionário a 22 mulheres que tiveram bebês e retomaram seus estudos após o atendimento domiciliar no ano de 2019. Os resultados apontaram que estas mulheres, em geral, receberam incentivos para continuarem estudando, mas 68% tiveram dificuldades com a organização dos estudos em casa e 40% apresentaram dificuldades na reintegração aos estudos presenciais. Além disto, questões emocionais de sofrimento, relacionadas à separação, foram vivenciadas por grande parte das mulheres. Também se refletiu sobre a necessidade de a escola fazer parte da rede de apoio que deve ser dado às mães e bebês, de forma que viabilize maior contato entre eles e reforce laços, colaborando para uma sociedade mais humanizada. O presente estudo visa defender, portanto, que espaços educativos acolham todos, inclusive mães com seus bebês.
Referências
ALVES, J. E. D. Desafios da equidade de gênero no século XXI. Rev. Estud. Fem., Florianópolis, v. 24, n. 2, p. 629-638, 2016. DOI: https://doi.org/10.1590/1805-9584-2016v24n2p629. DOI: https://doi.org/10.1590/1805-9584-2016v24n2p629
BANCO MUNDIAL. Igualdade de Gênero e Desenvolvimento. Relatório sobre o desenvolvimento mundial 2012. Visão geral. Washington D.C., 2012. Disponível em: www.observatoriodegenero.gov.br/menu/noticias/igualdade-de-genero-e-desenvolvimento-portugues.pdf. Acesso em: 20 março 2021.
BARROS, A. J. S.; LEHFELD, N. A. S. Fundamentos de Metodologia: Um Guia para a Iniciação Científica. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 2000.
BRASIL. Decreto-lei n.º 6.202, de 17 de abril de 1975. Aprova a consolidação das leis da estudante em período de gestação. Diário Oficial [da] União: Coletânea de legislação: edição federal, Brasília, BF, v. 3, 1975. Disponível em: www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-6202-17-abril-1975-357541-publicacaooriginal-1-pl.html. Acesso em: 09 jul. 2019.
BRASIL. Ministério da Educação. Como funciona a licença-maternidade na faculdade. Brasília: MEC, 2019. Disponível em: www.fapcom.edu.br/blog/como-funciona-a-licenca-maternidade-na-faculdade.html. Acesso em: 15 jul. 2019.
BOWLBY, J. Apego e perda: apego, v.1. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
BADINTER, E. Um amor conquistado: o mito do amor materno. Tradução de Waltensir Dutra. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.
CARVALHO, M. P. de. No coração da sala de aula: gênero e trabalho docente nas séries iniciais. São Paulo: Xamã, 1999.
COUTINHO, E. C.; SILVA, C. B.; CHAVES, C. M. B, et al. Gravidez e parto: O que muda no estilo de vida das mulheres que se tornam mães? R. de enfermagem, São Paulo, v. 48, p.1-8, 2014.
DESSEN, M. A.; BRAZ, M. P. Rede social de apoio durante transições familiares decorrentes do nascimento de filhos. Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, v. 16, n. 3, p. 221-231, 2000. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-37722000000300005. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-37722000000300005
ESPINDOLA, A. Espindola, Ariane Thomaz, Benute, Gláucia Rosana Guerra, Carvalho, Mario Henrique B. de, Pinto, Kátia Osternack, Lúcia, Mara Cristina Souza de, & Zugaib, Marcelo. Crenças sobre gestação, parto e maternidade em mulheres gestantes com histórico de abortamento habitual. Psicol. Hospitalar, São Paulo, v. 4, n. 1, p. 1-24, 2006. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677- 74092006000100004. Acesso em: 10 jul. 2019.
GANDOLFI, F. R. R.; GOMES, M. F. P. G.; RETICENA, K. de O.; SANTOS, M. S. S.; DAMIN, N. M. A. V. Mudanças na vida e no corpo da mulher durante a gravidez. Revista Brasileira de Cirurgia e Pesquisa Clínica, São Paulo, 2019. Disponível em: www.mastereditora.com.br › download-3160. Acesso em: 11 dez. 2019.
GERHARDT, T. E.; SILVEIRA, D. T. Métodos de Pesquisa. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Estatísticas de Gênero: Uma análise dos resultados do Censo Demográfico. Rio de Janeiro: IBGE, 2014.
LIMA, D. M. S.de et al. As mães e as grávidas estudantes no curso de ciências biológicas/cca/UFPB. In: Colóquio Internacional Paulo Freire, 6., 2013. Pernambuco. Anais... Pernambuco: Estudos e Pesquisas, 2013. p. 1-3.
LOPES, R. de C. S. ALFAYA, C.; MACHADO, C. V.; PICCININI, C.A.
"No início eu saía com o coração partido...": as primeiras situações de separação mãe-bebê. Rev. bras. crescimento desenvolv. hum., São Paulo, v. 15, n. 3, p. 26-35, 2005. Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12822005000300004&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 19 fev. 2021.
LOPES, R. C. S.; ALFAYA, C.; MACHADO, C. V.; PICCININI, C. A. "No início eu saía com o coração partido...": As primeiras situações de separação mãe-bebê. Revista Brasileira Crescimento Desenvolvimento Humano, v. 15, n. 3, p. 26-35, 2005. DOI: https://doi.org/10.7322/jhgd.19768
MENEZES, Rafael de Souza; SANTOS, Thais Silva dos; VELOSO, Nathálya de Oliveira; FREITAS, Valéria Nancy de; SANTOS, Monique Silva, MOHAMAD Ali Abdul Rahim. Maternidade, trabalho e formação: lidando com a necessidade de deixar os filhos. Constr. psicopedag., São Paulo, v. 20, n. 21, p. 23-47, 2012. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-69542012000200003&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 26 maio 2021.
MONTEIRO, S. Um estudo de rituais femininos em camadas de baixa renda. In: MONTEIRO, T. Brasil. Norte e Nordeste. Estudos em Ciências Sociais. ANPOCS, Inter-American Foundation, 1998. p. 141-85.
MOURA, S. M. S. R. de; ARAUJO, M. F. A maternidade na história e a história dos cuidados maternos. Psicol. cienc. prof., Brasília, v. 24, n. 1, p. 44-55, 2004. DOI: https://doi.org/10.1590/S1414-98932004000100006
RAUPP, M. D. Creches nas Universidades Federais: questões, dilemas e perspectivas. Educação e Sociedade, v. 25, n. 86, 2004. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-73302004000100010. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-73302004000100010
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - ONU. Direitos Humanos das Mulheres. Nações Unidas no Brasil, julho 2018. Disponível em: https://brasil.un.org/sites/default/files/2020-07/Position-Paper-Direitos-Humanos-das-Mulheres.pdf. Acesso em: 10 fev. 2021.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - ONU. Índice de feminidade da pobreza. América Latina (17 países): Índice de feminidade em domicílios pobres, em torno de 2019. Observatório de igualdade de gênero na América Latina e Caribe, (online). Disponível em: https://oig.cepal.org/pt/indicadores/indice-feminidade-da-pobreza. Acesso em: 15 mar. 2021.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - ONU. As desigualdades de gênero além das medidas: entre normas sociais e desequilíbrio de poder. United Nations Development Programme, 12 maio 2020. Disponível em: https://www.un-ilibrary.org/content/books/9789210045025s005-c002/read?xmlPath=%2Fdeliver%2Ffulltext%2Fthematicgrouping%2Fcc390e16-pt%2F9fe411ad-pt.pdf&docserverPath=%2Fdocserver%2Ffulltext%2Fthematicgrouping%2Fcc390e16-pt%2F9fe411ad-pt.pdf&flowpaperKey=%247d63aab3787e34375b1&flowpaperS3BaseUrl=https%3A%2F%2Fmedia.un-ilibrary.org%2Fflowpaper . Acesso em: 10 mar. 2021.
ONU MUJERES. Hcer las promesas realidad: la igualdade de género en la agenda 2030 para el desarrolo sostenible. ONU, 2018. Disponível em: www.un-ilibrary.org/economic-and-social-development/relatorio-do-desenvolvimento-humano-2019_9fe411ad-pt. Acesso em: 10 jan. 2021.
RELATÓRIO mostra que 70% dos pobres do planeta são mulheres. Fórum Brasileiro de Economia Solidária, 14 mar. 2010. Disponível em: https://fbes.org.br/2010/03/14/relatorio-mostra-que-70-dos-pobres-do-planeta-sao-mulheres. Acesso em: 25 março 2021.
TORRES, A. A individualização no feminino, o casamento e o amor. In: CICHELLI, V.; PEIXOTO, C. E.; SINGLY, F. de. Família e Individualização. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2000. p. 143.
URPIA, A. M. de O.; SAMPAIO, S. M. R. Tornar-se Mãe no Contexto Acadêmico: dilemas da conciliação maternidade – vida universitária. Revista Recôncavos, v. 3, n. 2 p. 30-43, 2009. Disponível em: www.yumpu.com/pt/document/view/50567781/dilemas-da-conciliaaao-maternidade-vida-universitaria-ufrb. Acesso em: 03 nov. 2019.
ZINET, C. Gravidez é responsável por 18% da evasão escolar entre meninas. 2 de fev. 2016. Disponível em: https://flacso.org.br/?p=14369 . Acesso em 27 de março 2021.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Edilâine Almeida Langa da Silva, Lucimar Novais
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam na Revista AlembrA concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional (CC BY-NC 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).