O cinema de Falardeau e sua perspectiva iconoclasta
DOI:
10.47270/ra.v6i13.1037Palavras-chave:
imigrante.cultura de fronteira.cinema canadense.FalardeauResumo
As produções cinematográficas quebequenses vem revelando uma preocupação premente em retratar a figura do estrangeiro como marcador cultural e universal em culturas de fronteira. Este artigo pretende apresentar uma breve análise de duas das obras do cineasta canadense Philippe Falardeau, que evidenciam que fatores tais como língua, espaço, origem e voz são também lugares de representação social. O imigrante, enquanto ser passível de representação, se configura num universal cultural com poder de cura para culturas de fronteira. A língua nesse sentido se torna mecanismo de representação, acesso e produção de sentidos que serão colocados em prática pelo sujeito em situação de desterramento os quais também servirão à comunidade de fronteira como efeito negativo de sua cultura, pois que para que se remediem situações de conflito existencial é necessário que o sujeito à margem se entenda externo à cultura que o recebe, portanto, ser deprimido em função de um capital mercadológico-cultural excludente. Deste modo, a obra de Falardeau revela potencial representativo para o campo dos estudos da linguagem e suscita a análise do imigrante como mais um referente iconoclasta para o discurso de imagem.
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