O cinema de Falardeau e sua perspectiva iconoclasta

Autores

  • Eloá Catarine Pinto Teixeira Universidade Federal da Bahia

DOI:

10.47270/ra.v6i13.1037

Palavras-chave:

imigrante.cultura de fronteira.cinema canadense.Falardeau

Resumo

As produções cinematográficas quebequenses vem revelando uma preocupação premente em retratar a figura do estrangeiro como marcador cultural e universal em culturas de fronteira. Este artigo pretende apresentar uma breve análise de duas das obras do cineasta canadense Philippe Falardeau, que evidenciam que fatores tais como língua, espaço, origem e voz são também lugares de representação social. O imigrante, enquanto ser passível de representação, se configura num universal cultural com poder de cura para culturas de fronteira. A língua nesse sentido se torna mecanismo de representação, acesso e produção de sentidos que serão colocados em prática pelo sujeito em situação de desterramento os quais também servirão à comunidade de fronteira como efeito negativo de sua cultura, pois que para que se remediem situações de conflito existencial é necessário que o sujeito à margem se entenda externo à cultura que o recebe, portanto, ser deprimido em função de um capital mercadológico-cultural excludente. Deste modo, a obra de Falardeau revela potencial representativo para o campo dos estudos da linguagem e suscita a análise do imigrante como mais um referente iconoclasta para o discurso de imagem. 

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Publicado

31-12-2024

Como Citar

PINTO TEIXEIRA, Eloá Catarine. O cinema de Falardeau e sua perspectiva iconoclasta. Revista AlembrA, [s. l.], v. 6, n. 13, p. 94–115, 2024. DOI: 10.47270/ra.v6i13.1037. Disponível em: https://periodicos.cfs.ifmt.edu.br/periodicos/index.php/alembra/article/view/1037. Acesso em: 15 jan. 2025.