Performances do refúgio em A Embaixada Americana, de Chimamanda Adichie, e By the Sea, de Abdulrazak Gurnah

Autores

  • Suzana Velasco PUC-Rio

DOI:

10.47270/ra.v6i13.1041

Palavras-chave:

Performance, Narrativas, Refúgio, Resistência

Resumo

Este artigo examina como narrativas ficcionais retratam a relação de refugiados com a performance de autenticidade exigida em seu processo legal. O texto parte da noção de “história de refúgio” (asylum story), que, segundo Woolley (2017), é uma forma ordenada e coerente de narrar a experiência de refugiado, performada de forma crível perante o Estado. As duas obras analisadas narram um encontro entre um solicitante de refúgio e um representante do Estado: numa embaixada, no conto A Embaixada Americana, de Chimamanda Ngozi Adichie, e num aeroporto, no romance By the Sea, de Abdulrazak Gurnah. Em ambas as obras, a ficção possibilita expandir as possibilidades narrativas, explicitando como as experiências de refugiados excedem o que cabe numa entrevista de fronteira. No entanto, há uma diferença na atitude de cada protagonista. No conto, a narradora se recusa a calcular como deve se portar na entrevista, abdicando da proteção dos Estados Unidos. Já no romance, o personagem faz o oposto: mente para se encaixar no enredo que é esperado dele e consegue entrar no Reino Unido aproveitando-se da própria lógica estatal, segundo a qual o refugiado é uma “figura de falta” (NGUYEN, 2019). Conclui-se que a resistência não se dá necessariamente pela recusa à política da cidadania. Ela também pode significar assumir taticamente a performance exigida pela “história de refúgio”.

Referências

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Publicado

31-12-2024

Como Citar

VELASCO, Suzana. Performances do refúgio em A Embaixada Americana, de Chimamanda Adichie, e By the Sea, de Abdulrazak Gurnah. Revista AlembrA, [s. l.], v. 6, n. 13, p. 116–127, 2024. DOI: 10.47270/ra.v6i13.1041. Disponível em: https://periodicos.cfs.ifmt.edu.br/periodicos/index.php/alembra/article/view/1041. Acesso em: 15 jan. 2025.