PARTICIPAÇÃO E AUTORIA DE PESSOAS CEGAS NA ELABORAÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS

Autores

DOI:

10.23926/RPD.2022.v7.n1.e029.id1403

Palavras-chave:

Acessibilidade, Autoria, Inclusão, Pessoas Cegas, Recurso Didático

Resumo

Esta pesquisa teve como objetivo investigar a participação e autoria de pessoas cegas na elaboração de recursos didáticos, tem abordagem qualitativa e tipologia de estudo de caso. Os integrantes da pesquisa são duas pessoas cegas que participaram como convidados da elaboração de um recurso didático com licenciandos do curso de Ciências Biológicas de uma universidade pública do estado do Maranhão. A coleta de dados deu-se por meio de entrevistas semiestruturadas. Os dados coletados foram analisados dialogando com o referencial de Bakhtin (1997) e Bordenave (2013). Os participantes da pesquisa puderam revelar que, ao se abrir espaço para a participação de pessoas cegas, pode-se conhecer sua maneira de perceber o mundo e, assim, elaborar recursos didáticos que contemplem a sua singularidade, garantam a acessibilidade informacional, permitindo sua autonomia nas aulas e a vivência de novas experiências.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Raynara Carvalho Silva, UFMA

Licenciatura em Ciências Biológicas (UFMA)

Fabiano Monteles Sousa, UEMA

Especialização em Educação Especial/Educação Inclusiva (UEMA) Professor de Ciências da Educação Básica

Mariana Guelero do Valle, USP

Doutorado em Educação (USP/SP) Professora do Departamento de Biologia (UFMA/São Luís) Docente do Programa de Pós Graduação em Ensino de Ciências e Matemática (PPECEM/UFMA) e do Programa de Gestão de Ensino da Educação Básica (PPGEEB/UFMA)

Referências

BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

BARONI, Alexandre Carvalho. Prefácio. In: RESENDE, Ana Paula Crosara de; VITAL, Flavia Maria de Paiva. A Convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiência comentada. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Brasília: Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, 2008.

BASSO, Sabrina Pereira Soares et al. Material didático multissensorial: a fecundação para deficientes visuais. Revista da SBEnBIO, v. 1, n. 5, p. 1-8, 2012.

BORDENAVE, Juan Enrique Díaz. O que é participação? 8. ed, 6. reimp. São Paulo: Brasiliense, 2013.

BRASIL. Decreto nº 5.296, de 02 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis nºs 10.048, de 8 de novembro de 2000, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Decreto/D5296.htm. Acesso em: 03 set. 2021.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial (SEESP). Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2008.

BRASIL. Decreto nº 6.949, de 25 de Agosto de 2009. Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6949.htm. Acesso em: 03 set. 2021.

BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília: Câmara dos Deputados. Diário Oficial da União, p. 43, 2015.

CERQUEIRA, Jonir Bechara; FERREIRA, Elise de Melo Borba. Recursos didáticos na educação especial. Revista Benjamin Constant, Rio de Janeiro, n. 15, 2000.

FLICK, Uwe. Introdução à metodologia de pesquisa: um guia para iniciantes. Porto Alegre: Penso, 2013.

JULIASZ, Paula Cristiane Strina; FREITAS, Maria Isabel Castreghini de. Cartografia tátil e os sentidos. In: VENTORINI, Sílvia Elena; da SILVA, Patrícia Assis; ROCHA, Gisa Fernanda Siega. Deficiência visual, práticas pedagógicas e material didático. 1. ed. São João del-Rei: Agência Carcará, 2016. p. 44-71.

KASTRUP, Virginia; VALENTE, Dannyelle. Como Fazer Falar o Corpo? Deficiência Visual, Verbalismo e Fala Encarnada. Psicologia: Ciência e Profissão [online], v. 38, n. 3, p. 572-583, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1982-3703000052018. Acesso em: 11 mar. 2022.

LOPES, Natielle Rangel; ALMEIDA, Lorena Alves; AMADO, Manuella Villar. Produção e análise de recursos didáticos para ensinar alunos com deficiência visual o conteúdo de mitose: uma pratica pedagógica no ensino de ciências biológicas. Revista Eletrônica Debates em Educação Científica e Tecnológica, v. 2, n. 2, p. 103-111, 18 set. 2012.

MARTINS, Lilia Pinto. Artigo 2 – definições. In: RESENDE, Ana Paula Crosara de; VITAL, Flavia Maria de Paiva. A Convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiência comentada. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Brasília: Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, 2008.

MELLO, Anahi Guedes de; NUERNBERG, Adriano Henrique; BLOCK, Pamela. Não é o corpo que discapacita, mas sim a sociedade: a interdisciplinaridade e o surgimento de estudos sobre deficiência no Brasil e no mundo. In: SCHIMANSKI, Edina; CAVALCANTE, Fátima Gonçalves. PESQUISA E EXTENSÃO: experiências e perspectivas interdisciplinares. 1. ed. Ponta Grossa: Editora UEPG, 2014. p. 91-118.

MICHELOTTI, Angela; LORETO, Elgion Lucio da Silva. Utilização de modelos didáticos tateáveis como metodologia para o ensino de biologia celular em turmas inclusivas com deficientes visuais. Revista Contexto & Educação, v. 34, n. 109, p. 150-169, 2019.

MINAYO, Maria Cecília de Sousa; DESLANDES, Suely Ferreira; GOMES, Romeu. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 28. ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2009.

NASCIMENTO, Lhiliany Miranda Mendonça; BOCCHIGLIERI, Adriana. Modelos didáticos no ensino de vertebrados para estudantes com deficiência visual. Ciência & Educação, Bauru, v. 25, n. 2, p. 317-332, 2019.

OLIVEIRA, Andressa Antônio de. Um olhar sobre o ensino de ciências e biologia para alunos deficientes visuais. Dissertação (Mestrado em Ensino da Educação Básica) – Universidade Federal do Espírito Santo, São Mateus, 2018.

ORMELEZI, Eliana Maria. Inclusão educacional e escolar da criança cega congênita com problemas na constituição subjetiva e no desenvolvimento global: uma leitura psicanalítica em estudo de caso. Tese (Doutorado em Psicologia e Educação) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.

SANT’ANNA, Nadir Francisca. et al. Técnicas para produção e reprodução de material educacional de baixo custo na área de ciências morfológicas para deficientes visuais. InterSciencePlace, v. 1, n. 30, 2014.

TORRES, Elisabeth Fátima; MAZZONI, Alberto Angel; MELLO, Anahi Guedes de. Nem toda pessoa cega lê em Braille nem toda pessoa surda se comunica em língua de sinais. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 33, n. 2, p. 369-385, maio/ago. 2007.

VENTORINI, Sílvia Elena. A experiência como fator determinante na representação espacial do deficiente visual. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 2007.

VENTORINI, Sílvia Elena. Cegueira congênita e aspectos socioculturais. In: VENTORINI, Sílvia Elena; da SILVA, Patrícia Assis; ROCHA, Gisa Fernanda Siega. Deficiência visual, práticas pedagógicas e material didático. 1. ed. São João del-Rei: Agência Carcará, 2016. p. 24-41.

VAZ, José Murilo Calixto et al. Material didático para ensino de biologia: possibilidades de inclusão. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, v. 12, n. 3, p. 81-104, 2012.

VICENTE, Nathália Elisa Ferreira; VERASZTO, Estéfano Vizconde. Desenvolvimento de atividades de ensino de biologia para alunos com deficiências visuais: a questão da inclusão na formação de professores. In: IV CONGRESSO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E XIV CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE FORMAÇÃO DE EDUCADORES, 2018, Águas de Lindóia. Anais... Águas de Lindóia: UNESP, 1996. Disponível em: https://sigeve.ead.unesp.br/index.php/submissionProceedings/viewSubmission?trabalhoId=1688. Acesso em: 15 out. 2020.

YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.

Downloads

Publicado

04.02.2022

Como Citar

CARVALHO SILVA, Raynara; MONTELES SOUSA, Fabiano; GUELERO DO VALLE, Mariana. PARTICIPAÇÃO E AUTORIA DE PESSOAS CEGAS NA ELABORAÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS. Revista Prática Docente, [s. l.], v. 7, n. 1, p. e029, 2022. DOI: 10.23926/RPD.2022.v7.n1.e029.id1403. Disponível em: https://periodicos.cfs.ifmt.edu.br/periodicos/index.php/rpd/article/view/279. Acesso em: 22 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências da natureza e suas tecnologias