TORTO ARADO: A IMPORTÂNCIA DE NARRATIVAS DE MULHERES NEGRAS NA (RE) CONSTIUIÇÃO DE SUAS IDENTIDADES E PROTAGONISMO
DOI:
10.47270/RA.2596-2671.2021.v3.n7.id1327Resumo
A obra Torto Arado (2019), de Itamar Vieira Junior, traz reflexões acerca de feridas que ainda estão abertas, e ainda causam dores pelas mazelas escravistas e seus reflexos, sejam eles no campo individual, cultural, políticos ou ideológicos. O fato é que as políticas, os programas e todas as medidas contrárias as discriminações enfrentadas pelos os efeitos perversos da colonização continuam presentes na sociedade brasileira. Nessa perspectiva o trabalho em questão visa analisar a relação entre a (des) (re) construção da identidade da mulher negra que reivindica contar a sua própria história, oriunda de outros lugares de enunciação que venha impregnada de uma visão eurocêntrica. Assim, considera-se no romance, primeiramente a relevância da literatura enquanto instrumento de resistência na luta contra as injustiças raciais e as desigualdades de gêneros. Em seguida, pelo viés das narrativas das protagonistas do romance em questão, observa o percurso percorrido pelas personagens femininas na constituição de suas identidades. Por fim, busca o encontro com as vozes da ancestralidade que traz sentido a sua existência e o prazer da (re) descoberta de uma mulher segura de si e mais forte. As perspectivas teóricas que permeiam o estudo são as obras de: Spivak (2010), Stuart (2007), Edward (2001), Duarte (2005), Adichie (2011), entre outros.
Referências
ADICHIE, Chimamanda Ngozi. O perigo de uma história única. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
CARVALHO, Ruy Duarte. Tempo de ouvir o ‘outro’ enquanto o “outro” existe, antes que haja só o outro... Ou pré - manifesto neo-animista. Buala. Disponivel em <https://www.buala.org/pt/ruy-duarte-de-carvalho/tempo-de-ouvir-o-outro-enquanto-o-outro-existe-antes-que-haja-so-o-outro-ou-p>. Acesso em 06 de julho de 2021.
EVARISTO, Conceição. Poemas da recordação e outros movimentos. Belo Horizonte: Nandyala, 2008.
HAIDER, Asad. Armadilha da identidade. Raça e classe nos dias de hoje. São Paulo: Veneta, 2019.
HALL, Stuart. Da diaspora: Identidades e mediacoes culturais / Stuart Hall; Organizacao Liv Sovik; Traducao Adelaine La Guardia Resende let all. - Belo Horizonte: Editora UFMG; Brasilia: apresentacao da UNESCO no Brasil, 2003.
LAJOLO, Marisa; ZILBERMAN, Regina. Da matriz europeia ao folclore brasileiro. In: Literatura infantil brasileira: histórias e histórias. 6. ed. São Paulo: Ática, 2007.
PAZ, Octavio. O arco e a lira. Trad. Ari Roitman e Paulina Wacht. São Paulo:Cosac Naify, 2012.
SAID. Edward Wadie. Reflexões sobre o exílio e outros ensaios, SP: Editora Companhia das Letras, 2001.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar?. Tradução de Sandra Regina Goulart Almeida, Marcos Pereira Feitosa, André Pereira Feitosa. Belo Horizonte: Editora UFMG,2010.
VIEIRA JUNIOR, Itamar. Torto arado. São Paulo: Todavia, 2019.
_____. Depoimento. Texto de: Júlia de Miranda. 2020.
_____. Entrevista: “Há muita história soterrada” [abr. 2021]. Entrevistadora: Ana Cláudia Peres. 2021. Entrevista concedida a Radis.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Leonilda Luz, Epaminondas de Matos Magalhães
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam na Revista AlembrA concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional (CC BY-NC 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).