A INFLUÊNCIA DA APARÊNCIA DA MULHER PRETA JOVEM NA INSERÇÃO DO MERCADO LABORAL AVANÇOS E SILENCIAMENTOS

Autores

  • Fabiana Pomin IFMT - campus Primavera do Leste
  • Samira dos Santos Ramos Instituto Federal de Minas Gerais
  • Isabel Oliveira de Souza Instituto Federal de Mato Grosso
  • Maria Oracilda Valadão Carvalho Instituto Federal de Mato Grosso

DOI:

10.47270/RA.2596-2671.2021.v3.n7.id1305

Palavras-chave:

Mulher preta, Mercado laboral, Aparência, Racismo, Gênero

Resumo

Esta pesquisa estudou as dificuldades enfrentadas, devido às suas aparências, por mulheres pretas jovens na inserção no mercado de trabalho. Para isso, analisamos narrativas autobiográficas (coletadas por meio de entrevista semiestruturada) de mulheres pretas jovens (n=6; idade 21,68 ±2,78 anos), desde sua inserção até as práticas laborais cotidianas. Como perspectiva teórica, adota-se a Teoria Crítica da Raça, e seu delineamento de estudo crítico da raça e do racismo. Esta pesquisa filia-se ao campo qualitativo e tem como ferramenta analítica a análise de conteúdo e as representações sociais. Foram acentuadas as dificuldades em conseguir colaboração das empresas para receber o projeto, bem como a participação das mulheres, que se mostraram relutantes a abordar o tema. Identificaram-se inserção no mercado formal, remuneração adequada, e relatos dispersos sobre os casos de racismo, dados estes, que compartilham espaço com a negação e a recusa em participar da pesquisa.

Referências

ARRAES, Jarid. Especial Consciência Negra – A carne mais exótica do mercado. Blogueiras Negras. 2013. Disponível em: <https://cress-mg.org.br/2013/11/20/especial-consciencia-negra-a-carne-mais-exotica-do-mercado/>. Acesso em 14 jun 2020.

BORDIEU, Pierre; PASSERON, Jean-Claude. A reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1970.

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70. 2006.

BRASIL, Decreto Lei 2.848/1940. Artigo 216 do Código Penal.

BRASIL, Lei 12.990/2014. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12990.htm>. Acesso em 27 set 2020.

CARNEIRO, Sueli. Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero. In.: Heloísa Buarque Hollanda (org.). Pensamento feminista – conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo. 2019.

CAVALLEIRO, Eliane. Do silêncio do lar ao silêncio escolar: racismo, preconceito e discriminação na educação infantil. 6. Ed. São Paulo: Contexto, 2014.

CARVALHO, Mônica e SANTOS, Winnie. A mulher preta no mundo do trabalho brasileiro: entre a sujeição e o prestígio social. Revista Fim do Mundo, n. 4, jan.-abril, 2021. DOI: https://doi.org/10.36311/2675-3871.2021.v2n4.p176-201

DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. Tradução Heci Regina Candiani. São Paulo: Boitempo, 2016.

Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIESSE). Mulheres no mercado de trabalho da Região Metropolitana de São Paulo. 2020. Disponível em: <https://www.dieese.org.br/analiseped/2019/2019pedmulhersao.pdf>. Acesso em: 01 mai 2020.

DURKHEUM, Émile. As formas elementares da vida religiosa: o sistema totêmico na Austrália. São Paulo: Martins, Fontes, 1996.

EVARISTO, Conceição. Da representação à autorrepresentação da mulher negra na literatura brasileira. Revista Palmares, ano I, n.1, p. 52-57, 2005.

FERREIRA, Aparecida de Jesus. Teoria racial crítica e letramento racial crítico: narrativas e contranarrativas de identidade racial de professores de línguas. Revista da ABPN, v. 6, n. 14, p. 236-263, 2014.

FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA (FBSP). Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Ano 14. São Paulo, 2020.

FREYRE, Gilberto. Casa-grande & senzala: formação da família brasileira sob o regime de economia patriarcal. 48. Ed. São Paulo: Global, 2003.

GALLEAZI, Irene Maria Sassi. Mulheres trabalhadoras: 10 anos de mudanças no mercado de trabalho atenuam as desigualdades. Revista da Fundação de Economia e Estatística, v. 3, p. 62-68, 2011.

GELEDÉS. A atualidade da négritude. Disponível em: < https://www.geledes.org.br/atualidade-%E2%80%A8da-negritude/>. Acesso em 12 jun 2020.

GOMES, Nilma Lino. Sem perder a raiz: corpo e cabelo como símbolos de identidade negra. Coleção Cultura Negra e Identidades. 3. Ed. Belo Horizonte: Autentica: 2019.

GUIMARÃES, Antonio Sérgio Alfredo. Cor e raça: raça, cor e outros conceitos analíticos. SANSONE, Livio. (Org.). 2 ed. Salvador: Associação Brasileira de Antropologia: EDUFBA, 2008.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 11. Ed. São Paulo: DP&A, 2006.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). IBGE Cidades. Censo, 2010. Disponível em: < https://censo2010.ibge.gov.br/>. Acesso em 12 jun. 2020.

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). 2018. Disponível em: < https://www.ipea.gov.br/>. Acesso em 12 jun. 2020.

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). 2019. Disponível em: <https://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=34977>. Acesso em 27 set 2020.

JOHNSON, Allan G. Dicionário de sociologia: guia prático da linguagem sociológica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.

LUIZ, Marcelo Sabino. A mulher negra no mercado de trabalho: a pseudoequidade, marcada pela discriminação da sociedade e a mídia do século 21. 2010. Disponível em: <https://www.geledes.org.br/>. Acesso em 01 mai 2020.

MESA DO SENADO. Biênio 2017-2019. Assédio moral e sexual no trabalho. Brasília, Senado Federal, 2017.

MOSCOVICI, Serge. Representações sociais: investigações em psicologia social. Petrópolis - RJ: Vozes, 2003.

MOURA, Tainá Narô da Silva de. Gênero e relações étnico-raciais no mercado de trabalho: aparência da mulher negra na organização. 2013. 64 f. Monografia (Comunicação Organizacional). Faculdade de Comunicação Social da Universidade de Brasília, Brasília, 2013.

MUNANGA, Kabengele. Algumas considerações sobre ‘raça’, ação afirmativa e identidade negra no Brasil: fundamentos antropológicos. Revista USP, n.68, p. 46-57, 2005-2006. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.v0i68p46-57

MUNANGA, Kabengele. Negritude: usos e sentidos. Coleção Cultura Negra e Identidades. 2. Ed. Belo Horizonte: Autentica: 2015.

NASCIMENTO, Sara Diniz. Precarização do trabalho feminino: a realidade das mulheres no mundo do trabalho. In.: III Simpósio Gênero e Políticas Públicas. Londrina. Anais... Londrina: UEL, 2014. DOI: https://doi.org/10.22422/2238-1856.2014v14n28p39-56

NEVES, Naiara Patricia dos Santos. A dificuldade de inserção da mulher negra no mercado de trabalho. Jornal Dois. Disponível em: <https://medium.com/jornaldois/a-dificuldade-de-inser%C3%A7%C3%A3o-da-mulher-negra-no-mercado-de-trabalho-8d3010a1252>. Acesso em: 12 jun 2020.

NOVA, Adeildo Vila et al. Racismo estrutural e institucional e a justiça da infância e juventude: a (des)proteção de crianças e adolescentes negros/as pobres. Serviço Social e Saúde, v. 19, p. 1-32, 2020. DOI: https://doi.org/10.20396/sss.v19i0.8665359

OLIVEIRA, Márcio Sérgio Batista Silveira de. Representações sociais e sociedade. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 19, n. 55, p. 180-186, 2004. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-69092004000200014

PAIM, Altair dos Santos; PEREIRA, Marcos Emanoel. Aparência física, estereótipos e discriminação racial. Ciências & Cognição, v. 16, n. 1, p. 2-18, 2011.

PEREIRA, Lília Campos; RAMALHO, Viviane. A construção da identidade da mulher negra no Brasil. Congresso Internacional de Humanidades, Palabra y Cultura en América Latina: herencias e desafíos (15). Universidad Metropolitana de Ciencias de la Educación, Santiago de Chile, Chile, 2012.

SANTOS, Sabrina Silva et al. Parecer branco para não ser discriminado? Revisão sistemática sobre estratégias de branqueamento. PSI UNISC, v. 4, n. 2, p. 114-130, 2020. DOI: https://doi.org/10.17058/psiunisc.v4i2.14829

SILVA, Ana Célia da. Estereótipos e preconceitos em relação ao negro no livro de comunicação e expressão do 1º grau – nível I. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 63, p. 96-98, 1987.

SILVA, Maria Aparecida. Mulheres negras adolescentes no Ensino Médio: discriminação e desafio. Padê, Brasília, v. 1, n. 2, p. 73-88, 2007.

SOARES-SILVA, Jesiel. Uma abordagem discursiva sobre escritas localizadas e políticas de identidade: conexões entre a teoria e as práticas identitária e de letramento. 2009. Disponível em: https://www.webartigos.com/artigos/uma-abordagem-discursiva-sobre-escritas-localizadas-e-politicas-de-identidade-conexoes-entre-a-teoria-e-as-praticas-identitarias-e-de-letramento/29031. Acesso em: 22 mar 2020.

SOLORZANO, Daniel; YOSSO, Tara. Critical race and lat crit teory and method: a conter-storytelling. International Journal of Qualitative Studies in Education, v. 14, n. 4, p. 471-495, 2010. DOI: https://doi.org/10.1080/09518390110063365

SOUZA, Neuza Santos. Tornar-se negro: as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. Rio de Janeiro: Graal, 1983.

STANCKI, Nanci. Divisão sexual do trabalho: a sua constante reprodução. In.: I Ciclo de Debates em Economia Industrial, Trabalho e Tecnologia. São Paulo. Anais... São Paulo: PUC. 2003.

TINOCO, Nayandra da Silva, et al. Vulnerabilidade e as violências mais comuns enfrentadas pelas mulheres brasileiras. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v.13, n.3,2021. DOI: https://doi.org/10.25248/reas.e5916.2021

Downloads

Publicado

04-02-2022

Como Citar

POMIN, Fabiana; SANTOS RAMOS, Samira dos; OLIVEIRA DE SOUZA, Isabel; ORACILDA VALADÃO CARVALHO, Maria. A INFLUÊNCIA DA APARÊNCIA DA MULHER PRETA JOVEM NA INSERÇÃO DO MERCADO LABORAL AVANÇOS E SILENCIAMENTOS. Revista AlembrA, [s. l.], v. 3, n. 7, p. 31–49, 2022. DOI: 10.47270/RA.2596-2671.2021.v3.n7.id1305. Disponível em: http://periodicos.cfs.ifmt.edu.br/periodicos/index.php/alembra/article/view/63. Acesso em: 5 nov. 2024.