Professor-pesquisador: uma análise na formação inicial de professores do curso de química

Autores

DOI:

10.23926/RPD.2024.v9.e24022.id874

Palavras-chave:

Formação de Professores, Formação Inicial, Professor-Pesquisador, Química

Resumo

No Brasil, os cursos de formação de professores em Química passaram por modificações desde 1930 até as primeiras décadas do século XXI. Este estudo teve o objetivo de identificar como a pesquisa científica está inserida no currículo prescrito do curso de Licenciatura em Química da Universidade Federal do Amazonas. Como aporte teórico, nos fundamentamos na temática do professor-pesquisador. Realizou-se uma pesquisa documental nos Projetos Políticos do Curso, utilizando a Análise Textual Discursiva de Moraes e Galiazzi (2007) para análise dos dados coletados. Os dados demonstraram que as reestruturações do curso seguiram as orientações estabelecidas pelos documentos governamentais e contemplaram a pesquisa/investigação em seu escopo, o contato do licenciando com o fazer pesquisa, permitindo, portanto, as competências e habilidades de um profissional com o perfil de um professor-pesquisador. Concluiu-se que o currículo prescrito sofreu modificações conforme preconizava as DCNs e com isso o curso apresentou uma superação do paradigma da racionalidade técnica e incorporou a formação para a pesquisa nas disciplinas pedagógicas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Luiz Eduardo Lima da Silva, Universidade Federal do Amazonas

Professor de Química (40 horas) da Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino (SEDUC-AM). Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática (PPGECIM) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Possui graduação em Ciências - Biologia e Química pela Universidade Federal do Amazonas (2019).Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: Ensino de Química, Formação de Professores, Ensino e Aprendizagem, Jogos Didáticos, Contextualização, Ensino de Biologia e Química Orgânica.

Sidilene Aquino de Farias, Universidade Federal do Amazonas

Possui graduação em Bacharelado e Licenciatura em Química, mestrado em Química de Produtos Naturais pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM). É doutora em Ciências (área de concentração: Química) pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em que desenvolveu pesquisa sobre a Formação Inicial de Professores de Química. Atualmente é Professora Associada 3 da Universidade Federal do Amazonas. Atua, principalmente, no Curso de Licenciatura em Química ministrando disciplinas dos eixos curriculares Estágio Curricular e Prática como Componente Curricular. Já coordenou o subprojeto Química na Residência Pedagógica, no período de 2018 a 2020. Em relação a pesquisa e orientação, está credenciada no Programa de Pós-Graduação em Química, linha de pesquisa Ensino de Química. Possui experiência na administração como coordenadora de cursos de graduação e pós-graduação. Tem experiência na área de Química, com: cromatografia, separação e identificação de classes lipídicas, ácidos graxos (peixes e óleos vegetais), análise de combustíveis. Atualmente desenvolve pesquisas na área de Educação Química, principalmente nos seguintes temas: formação de professores de Ciências, aprendizagem no ensino de Ciências, motivação da aprendizagem, materiais didáticos e experimentação no ensino.

 

Referências

ANDRÉ, Marli. Pesquisa, Formação e Prática Docente. In: ANDRÉ, Marli (org.). O papel da pesquisa na formação e na prática dos professores. [S.l.]: Papirus Editora, 2017.

BEILLEROT, Jacky. A “Pesquisa”: Esboço de uma análise. In: ANDRÉ, Marli (org.). O papel da pesquisa na formação e na prática dos professores. [S.l.]: Papirus Editora, 2017.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CES 1.303, de 07 de dezembro de 2001. Estabelece as Diretrizes Curriculares para os cursos de Bacharelado e Licenciatura em Química. Diário Oficial da União, 2001a. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES1303.pdf. Acesso em: 21 abr. 2022.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CES 15, de 02 de fevereiro de 2005. Solicitação de esclarecimento sobre as Resoluções CNE/CP 1/2002, que institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena, e 2/2002, que institui a duração e a carga horária dos cursos de licenciatura, de graduação plena, de Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior. Diário Oficial da União, 2005. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/pces0015_05.pdf. Acesso em: 20 abr. 2022.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CP 02, de 09 de junho de 2015. Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e para a formação continuada. Diário Oficial da União, 2015a. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=17625-parecer-cne-cp-2-2015-aprovado-9-junho-2015&category_slug=junho-2015-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 21 abr. 2022.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CP 09, de 08 maio de 2001. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Diário Oficial da União, 2002a. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/009.pdf. Acesso em: 20 abr. 2022.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CP 21, de 06 de agosto de 2001. Institui a duração e a carga horária dos cursos de graduação plena de formação de professores da Educação Básica em nível superior. Diário Oficial da União, p. 31–31, 2002b. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/cnecp_212001.pdf. Acesso em: 20 abr. 2022.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CP 27, de 02 de outubro de 2001. Dá nova redação ao item 3.6, alínea c, do Parecer CNE/CP 9/2001, que dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Diário Oficial da União, 2002c. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/027.pdf. Acesso em: 20 abr. 2022.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CP 28, de 02 de outubro de 2001. Institui a duração e a carga horária dos cursos de licenciatura, de graduação plena, de formação de professores da Educação Básica em nível superior. Diário Oficial da União, 2001b. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/028.pdf. Acesso em: 20 abr. 2022.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CES 08, de 11 março de 2002. Estabelece as Diretrizes Curriculares para os cursos de Bacharelado e Licenciatura em Química. Diário Oficial da União, 2002d.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CP 01, de 18 de fevereiro de 2002. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Diário Oficial da União, 2002e. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=159261-rcp001-02&category_slug=outubro-2020-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 21 abr. 2022.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CP 02, de 1 de julho de 2015. Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e para a formação continuada. Diário Oficial da União, 2015b. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=17719-res-cne-cp-002-03072015&category_slug=julho-2015-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 22 abr. 2022.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CP 02, de 19 de fevereiro de 2002. Institui a duração e a carga horária dos cursos de licenciatura, de graduação plena, de formação de professores da Educação Básica em nível superior. Diário Oficial da União, 2002f.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CP 02, de 20 de dezembro de 2019. Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação). Diário Oficial da União, 2019. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=135951-rcp002-19&category_slug=dezembro-2019-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 22 abr. 2022.

BRASIL. Ministério da Educação. Lei Federal 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, 1996.

COSTA, Kátia María Guimâraes; KALHIL, Josefina Diosdada Barrera; TEXEIRA, Ana Frazâo. Perspectiva histórica da formação de professores de Química no Brasil. Latin American Journal of Science Education, v. 1, n. 12061, p. 1–15, 2015. Disponível em: www.lajse.org. Acesso em: 19 de fevereiro de 2024.

DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa [livro eletrônico]. 10. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2021.

DINIZ-PEREIRA, Júlio Emílio. Da racionalidade técnica à racionalidade crítica: formação docente e transformação social. Perspectivas em Diálogo: revista de educação e sociedade, v. 1, n. 1, p. 34–42, 2014.

DINIZ-PEREIRA, Júlio Emílio. A prática como componente curricular na formação de professores. Educação (UFSM). Santa Maria [online]. v. 36, n. 2, p. 203–218, 6 set. 2011. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/3184. Acesso em: 19 de fevereiro de 2024.

DINIZ-PEREIRA, Júlio Emílio. Formação de professores, trabalho docente e suas repercussões na escola e na sala de aula. Educação & Linguagem. São Paulo. v. 15, n. 10, p. 82–98, 2007.

DINIZ-PEREIRA, Júlio Emílio; LACERDA, Mitsi Pinheiro de. Possíveis significados da pesquisa na prática docente: ideias para fomentar o debate. Educação & Sociedade. Campinas. v. 30, n. 109, p. 1229–1242, 2009.

DINIZ-PEREIRA, Júlio Emílio; SOARES, Leôncio José Gomes. Formação de educadoras/es, diversidade e compromisso social. Educação em Revista. Belo Horizonte. v. 35, p. 1-23, jan-dez, 2019. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-46982019000100207&tlng=pt. Acesso em: 19 de fevereiro de 2024.

DUTRA, Edna Falcão; TERRAZZAN, Eduardo Adolfo. Reflexos das normativas legais sobre formação de professores da educação básica em configurações curriculares de cursos de licenciatura em química e formação da identidade profissional docente. Revista Ensaio, v. 14, n. 1, p. 169–180, 2012. Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=129523627011.

FADIGAS, Joelma Cerqueira. A institucionalização da licenciatura em química no Brasil. Scientia Naturalis, v. 1, n. 3, p. 341–354, 2019. Disponível em: <http://revistas.ufac.br/revista/index.php/SciNat>.

FAGUNDES, Tatiana Bezerra. Os conceitos de professor pesquisador e professor reflexivo: perspectivas do trabalho docente. Revista Brasileira de Educação, v. 21, n. 65, p. 281–298, jun. 2016. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782016000200281&lng=pt&tlng=pt.

KASSEBOEHMER, Ana Cláudia; FARIAS, Sidilene Aquino de. Conteúdos das disciplinas de interface atribuídos à prática como componente curricular em cursos de licenciatura em química. Alexandria: Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, v. 5, n. 2, p. 95–123, 2012.

LIMA, José Ossian Gadelha de; LEITE, Luciana Rodrigues. Historicidade dos cursos de licenciatura no Brasil e sua repercussão na formação do professor de química. Revista de Ensino de Ciências e Matemática, v. 9, n. 3, p. 143–162, 2018.

LÜDKE, Menga. A complexa relação entre o professor e a pesquisa. In: ANDRÉ, Marli (Org.). O papel da pesquisa na formação e na prática dos professores. 1. ed. [S.l.]: Papirus Editora, 2017.

MARTINS, Joana Laura de Castro; WENZEL, Judite Scherer. A organização e implementação da prática como componente curricular nos cursos de licenciatura em química. Research, Society and Development, v. 9, n. 3, e68932411, 18 fev. 2020. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/2411.

MESQUITA, Nyuara Araújo da Silva; CARDOSO, Thiago Miguel Garcia; SOARES, Márlon Herbert Flora Barbosa. O projeto de educação instituído a partir de 1990: caminhos percorridos na formação de professores de química no Brasil. Química Nova, v. 36, n. 1, p. 195–200, 2013. Disponível em: http://reuni.mec.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=148&.

MESQUITA, Nyuara Araújo da Silva; SOARES, Márlon Herbert Flora Barbosa. Aspectos históricos dos cursos de licenciatura em química no Brasil nas décadas de 1930 a 1980. Química Nova, v. 34, n. 1, p. 165–174, 2011.

MORAES, Roque; GALIAZZI, Maria do Carmo. Análise Textual Discursiva. Ijuí: Unijuí, 2007.

PANIAGO, Rosenilde Nogueira et al. Um cenário de possibilidades para o estágio curricular supervisionado no contexto de um instituto federal. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências (Belo Horizonte), v. 20, n. 0, 4 out. 2018.

PAQUAY, Leópold; WAGNER, Marie-Cécile. Competências profissionais privilegiadas nos estágios e na videoformação. In: PAQUAY, Leópold et al. (Org.). Formando professores profissionais: Quais estratégias? Quais competências? 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.

PENA, Graziele Borges de Oliveira; MESQUITA, Nyuara Araújo da Silva. A profissionalização da carreira docente em química e o conhecimento profissional do professor: um viés histórico. REAMEC - Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática, v. 9, n. 1, p. 01–24, 22 jan. 2021. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/reamec/article/view/11294.

PESCE, Marli Krüger de. A percepção do professor formador sobre a formação do professor pesquisador. Educação & Linguagem, v. 17, n. 2, p. 199–214, 30 dez. 2014. Disponível em: http://www.bibliotekevirtual.org/index.php/2013-02-07-03-02-35/2013-02-07-03-03-11/931-el/v17n02/8716-a-percepcao-do-professor-formador-sobre-a-formacao-do-professor-pesquisador.html.

SAMPIERI, Roberto Hernández; COLLADO, Carlos Fernández; LUCIO, María del Pilar Baptista. Metodologia de pesquisa. 5. ed. Porto Alegre: Penso, 2013.

SANGIOGO, Fábio André et al. A pesquisa educacional como atividade curricular na formação de licenciandos de química. Ciência & Educação, v. 17, n. 3, p. 523–540, 2011.

SANTOS, Deborah Rean Carreiro Matazo dos; LIMA, Lilian Patrícia; GIROTTO JUNIOR, Gildo. A formação de professores de química, mudanças na regulamentação e os impactos na estrutura em cursos de licenciatura em química. Química Nova, v. 43, n. 7, p. 977–986, 1 jul. 2020. Disponível em: https://quimicanova.sbq.org.br/audiencia_pdf.asp?aid2=9120&nomeArquivo=ED2019-0490.pdf.

SANTOS, Lucíola Licínio de Castro Paixão. Dilemas e perspectivas na relação entre Ensino e Pesquisa. In: ANDRÉ, Marli (Org.). O papel da pesquisa na formação e na prática dos professores. 1. ed. [S.l.]: Papirus Editora, 2017.

SOARES, Magda. As pesquisas nas áreas específicas influenciando o curso de formação de professores. In: ANDRÉ, Marli (Org.). O papel da pesquisa na formação e na prática dos professores. 1. ed. [S.l.]: Papirus Editora, 2017.

ZEICHNER, Kenneth; DINIZ-PEREIRA, Júlio Emílio. Pesquisa dos educadores e formação docente voltada para a transformação social. Cadernos de Pesquisa, v. 35, n. 125, p. 63–80, 2005.

ZEICHNER, Kenneth; SAUL, Alexandre; DINIZ PEREIRA, Júlio Emílio. Pesquisar e transformar a prática educativa: mudando as perguntas da formação de professores. Uma entrevista com Kenneth M. Zeichner. E-curriculum, v. 12, n. 3, p. 2211–2224, 2014. Disponível em: http://revistas.pucsp.br/index.php/curriculum.

Downloads

Publicado

25.07.2024

Como Citar

SILVA, Luiz Eduardo Lima da; FARIAS, Sidilene Aquino de. Professor-pesquisador: uma análise na formação inicial de professores do curso de química. Revista Prática Docente, [s. l.], v. 9, p. e24022, 2024. DOI: 10.23926/RPD.2024.v9.e24022.id874. Disponível em: https://periodicos.cfs.ifmt.edu.br/periodicos/index.php/rpd/article/view/874. Acesso em: 23 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências da natureza e suas tecnologias