ENSINO E AMAZÔNIA: A ANÁLISE DA MÚSICA “BELÉM-PARÁ-BRASIL” NO DESVELAMENTO DA COLONIALIDADE COMO CRÍTICA SOCIOAMBIENTAL
DOI:
10.23926/RPD.2526-2149.2020.v5.n3.p2069-2087.id810Palavras-chave:
Decolonialidade, Amazônia, Ensino, MúsicaResumo
O artigo trata da análise da música “Belém-Pará-Brasil”, da Banda Mosaico de Ravena, composta por Edmar da Rocha, com o objetivo de trazer possibilidades à discussão socioambiental crítica no âmbito escolar, precisamente no desvelamento das “marcas” da colonialidade presentes na referida canção. Recorremos à análise de conteúdo, de base temática, para desvelamento dessas marcas. A canção, aqui tida como objeto de estudo, apresenta um “desabafo” na forma de crítica socioambiental aos eventos que ainda insistem em ocorrer na Amazônia. Basicamente três categorias analíticas são apresentadas: aquelas que tratam da ocupação da Amazônia, invisibilidade dos amazônidas e o discurso desenvolvimentista, estereótipos criados sobre a Amazônia e os amazônidas e influência das culturas alienígenas na Amazônia. Tais aspectos constituem-se resultados da dominação colonial, ainda hoje presente enquanto processo de colonialismo continuado. A música em questão, quando da sua utilização em sala de aula, pode se constituir prática decolonial, com potencial pedagógico para a construção de uma outra visão da Amazônia, diferente do olhar eurocêntrico.
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