PROJETOS PEDAGÓGICOS DE CURSOS: UMA INTERPRETAÇÃO POR MEIO DA MATRIZ DO SABER
DOI:
10.23926/RPD.2021.v6.n3.e099.id1322Palavras-chave:
Matriz do Saber, Ciências Biológicas, Projeto Pedagógico de Curso, Saberes Docentes, Saber curricularResumo
O presente artigo analisa três Projetos Pedagógicos de Curso (PPC) da área de Ciências Biológicas por meio de um instrumento de pesquisa denominado Matriz do Saber – M(S). Os procedimentos metodológicos se fundamentaram na Análise Textual Discursiva (ATD). As leituras vertical e horizontal da Matriz M(S) revelaram, respectivamente, as seguintes distribuições dos excertos analisados: 77,2% incidiram na coluna 3 (ensino) e 85,5% foram alocados na primeira linha (epistêmica). A análise dos dados também revelou uma importante lacuna: trata-se da ausência de excertos na coluna 2 da Matriz M(S), dedicada às determinações do saber em relação à aprendizagem docente. Este é um resultado preocupante, visto que os PPC não fazem qualquer menção ou aportam considerações para os docentes formadores sobre como conduzir suas aulas (aspectos metodológicos), como pensar em perspectivas dos conteúdos (aspectos epistêmicos), enfim, como desenvolver os condicionantes da ação docente.
Downloads
Métricas
Referências
ARAÚJO, Roberta Negrão de. A formação da identidade docente no contexto do PIBID: um estudo à luz das relações com o saber. 2017. 165f. Tese (Doutorado em Ensino de Ciências e Educação Matemática). Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2017.
ARROYO, Miguel González. Educandos e Educadores: seus direitos e o currículo. In: BRASIL. Ministério da Educação e da Cultura. Indagações sobre o currículo. Brasília, 2008. p. 17-51.
ARRUDA, Sergio de Mello; BENICIO, Marily Aparecida; PASSOS, Marinez Meneghello. Um instrumento para a análise das percepções/ações de estudantes em sala de aula. Revista Brasileira de Ensino e Tecnologia, Ponta Grossa, v. 10, p. 1-12, 2017. DOI: https://doi.org/10.3895/rbect.v10n2.4457
ARRUDA, Sergio de Mello; LIMA, João Paulo Camargo; PASSOS, Marinez Meneghello. Um novo instrumento para a análise da ação do professor em sala de aula. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, [s. l.], v. 11, p. 139-160, 2011.
ARRUDA, Sergio de Mello; PASSOS, Marinez Meneghello. A relação com o saber na sala de aula. In: EDUCOM – Colóquio Internacional “Educação e Contemporaneidade”, 9., 2015, Aracaju. Anais [...]. Aracaju, 2015. Disponível em: http://educonse.com.br/ixcoloquio/arruda_passos2.pdf. Acesso em: 02 out. 2021.
ARRUDA, Sergio de Mello; PASSOS, Marinez Meneghello. Instrumentos para a análise da relação com o saber em sala de aula. Revista de Produtos Educacionais e Pesquisas em Ensino – REPPE, Cornélio Procópio, v. 1, n. 2, p. 95-115, 2017.
ARRUDA, Sergio de Mello; PASSOS, Marinez Meneghello; BROIETTI, Fabiele Cristiane Dias. The research program on teacher action, student action and their connections (PROACTION): fundamentals and methodological approaches. Revista de Produtos Educacionais e Pesquisas em Ensino – REPPE, Cornélio Procópio, v. 5, n. 1, p. 215-246, 2021.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.
BOGDAN, Robert; BIKLEN, Sari Knopp. Investigação Qualitativa em Educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora, 1994.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CES nº 1.301, de 06 de novembro de 2001. Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Ciências Biológicas. 2001. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES1301.pdf. Acesso em: 23 mar. 2018.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CES nº 2, de 19 de fevereiro de 2002-A. Institui a duração e a carga horária dos cursos de licenciatura, de graduação plena, de formação de professores da Educação Básica em nível superior. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CP022002.pdf. Acesso em 02 mar. 2018.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CES nº 7, de 11 de março de 2002-B. Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Ciências Biológicas. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES07-2002.pdf. Acesso em 23 mar. 2018.
BRASIL. Lei nº 9.394/96. Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm. Acesso em: 07 mar. 2019.
BRASIL. Lei nº 6.684/79. Conselho Federal de Biologia. Regulamenta as profissões de Biólogo. 1979. Disponível em: http://www.cfbio.gov.br/artigos/LEI-N%C2%BA-6684-DE-3-DE-SETEMBRO-DE-1979. Acesso em: 09 ago. 2018.
CHARLOT, B. Da relação com o saber: elementos para uma teoria. Porto Alegre: Artmed, 2000.
CORRÊA, Hugo Emmanuel da Rosa; ARRUDA, Sergio de Mello; PASSOS, Marinez Meneghello Passos. A construção de uma estrutura curricular flexível: uma análise a partir da Matriz do Saber. Ciência e Natura, [s. l.], v. 42, p. 1-24, 2020. DOI: https://doi.org/10.5902/2179460X39974
DARLING-HAMMOND, Linda. A importância da formação docente. Cadernos Cenpec/Nova série, [s. l.], v. 4, n. 2, 2015. DOI: https://doi.org/10.18676/2237-998322014303
GAUTHIER, Clermont; MARTINEAU, Stéphane; DESBIENS, Jean-François; MALO, Annie; SIMARD, Denis. Por uma teoria da pedagogia: pesquisas contemporâneas sobre o saber docente. 3. ed. Ijuí: Editora Unijuí, 2013.
LATOUR, Bruno. A Esperança de Pandora. Bauru: Edusc, 2001.
LEVANDOVSKI, Ana Rita. A Formação Inicial de Professores de Ciências Biológicas: uma análise do Projeto Pedagógico de Curso a partir da Matriz do Saber. Defesa. 2019. 212f. Tese (Doutorado em Ensino de Ciências e Educação Matemática) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2019.
MARTINEAU, Stéphane; GAUTHIER, Clermont. Vers une meilleure comprehension des savoirs disciplinaires et curriculaires des enseignants ou Ie paradigme retrouve. Brock Education Journal, [s. l.], v. 9, n. 1, 1999. DOI: https://doi.org/10.26522/brocked.v9i1.326
MORAES, Roque; GALIAZZI, Maria do Carmo. Análise Textual Discursiva. Ijuí: Unijuí, 2011.
NÓVOA, António Manuel Seixas Sampaio da. Professores imagens do futuro presente. Lisboa: Educa, 2009.
PIMENTA, Selma Garrido. Formação de professores: saberes da docência e identidade do professor. Nuances, [s. l.], v. 3, p. 5-13, 1997. DOI: https://doi.org/10.14572/nuances.v3i3.50
RISSI, Debora Regina da Silva. Uma proposta de organização do ensino de Química para o Ensino Fundamental. 2020. 71f. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino) – Universidade Estadual do Norte do Paraná, Cornélio Procópio, 2020.
TARDIF, Maurice. Saberes Docentes e Formação Profissional. 17. ed. Petrópolis: Vozes, 2002.
TARDIF, Maurice. Saberes profissionais dos professores e conhecimentos universitários. Revista Brasileira de Educação, [s. l.], v. 13, n. 5, p. 5-24, 2000.
SACRISTÀN, José Gimeno. O que significa o currículo? In: SACRISTÀN, José Gimeno (Org.). Saberes e incertezas sobre o currículo. Porto Alegre: Penso, 2013.
SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias curriculares. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.
SHULMAN, Lee S. Conocimiento y enseñanza: fundamentos de la nueva reforma. Profesorado. Revista de Currículum y Formación del Profesorado, Granada, ano 9, n. 2, p. 1-30, 2005.
SHULMAN, Lee S. Those Who Understand: Knowledge Growth in Teaching. Educational Researcher, Thousand Oaks, California, v. 15, n. 4, p. 4-14, 1986. DOI: https://doi.org/10.3102/0013189X015002004
VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Educação Básica e Educação Superior: projeto político pedagógico. Campinas, Papirus, 2004.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 A Revista Prática Docente tem o direito de primeira publicação
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.