RAZÕES PARA UMA ABORDAGEM SEMIÓTICA NA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

Autores

DOI:

10.23926/RPD.2526-2149.2019.v4.n1.p24-41.id350

Palavras-chave:

Educação Matemática, Filosofia da Matemática, Semiótica, Matemática

Resumo

A abordagem semiótica no processo ensino-aprendizagem é assunto recente e, especialmente na matemática, vem, gradativamente, descontruindo a ideia platônica de que ela seja uma ciência infalível e inquestionável, isso porque cada vez mais é evidenciado que os sentidos das coisas se desenvolvem nas relações sociais. Objetiva-se apresentar razões para o uso da abordagem semiótica na educação matemática, defendendo que a cristalização dos conceitos matemáticos limita a criatividade e distancia a escola do mundo real, a qual deve estar aberta a possibilidades interpretativas. Nessa pesquisa teórica, são abordadas questões como O que é o x em uma equação?, evidenciando-se as pesquisas dos teóricos Frege e Benacerraf, assim como a semiótica peirceana; são apresentados exemplos importantes dessa perspectiva, como a complementaridade entre texto e diagrama, propondo reflexões críticas acerca dos resultados esperados da educação na disciplina matemática, uma vez que os objetos matemáticos são abstratos. Portanto, pensar semioticamente é reconhecer que todo conhecimento é dinâmico, apesar de ser construído por meio de signos, implicando em responsabilidades, seja na escolha da estratégia definida para cada situação problema, seja na identificação dos significados de acordo com as referências dadas, ou ainda na interação com o mundo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Michael Friedrich Otte, UFMT

Doutor em Matemática pelas Universidade de Goettingen  e Universidade Munster (Alemanha) Professor visitante estrangeiro na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)

Geslane Figueiredo da Silva Santana, UFMT

Doutoranda na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Professora na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)

Luciene de Paula, UFMT

Doutoranda em Educação na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Técnica em Assuntos Educacionais na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)

Luiz Gonzaga Xavier de Barros, UNIAN

Doutor em Matemática pela Universidade de São Paulo (USP) Professor na Universidade Anhanguera de São Paulo (UNIAN)

Referências

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 5ªed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

ANDERY, Maria Amália et al. Para compreender a Ciência: uma perspectiva histórica. Rio de Janeiro: Editora Garamond, 2014.

BENACERRAF, Paul. What Numbers could not be; reprinted 1985 in: Benacerraf/ Putnam (eds), Philosophy of Mathematics, Cambridge University Press, London, 1965. DOI: https://doi.org/10.1017/CBO9781139171519.015

BERKELEY, George. 1710/1957. A treatise concerning the principles of human knowledge. Indianapolis, IN: Bobbs-Merrill, 1710.

BOHM, David Joseph. Science as Perception Communication, in: F Suppe (Ed), The Structure of Scientific Theories, Urbana: University of Illinois Press, 374-423, p. 383f), 1977.

CHIHARA, Charles. A Structural Account of Mathematics. Oxford: Clarendon Press, 2004.

CORRÊA, Isabella Moreira de Paiva. Como se fala matemática? Um estudo sobre a complementaridade entre representação e comunicação na educação matemática. 2008. 154f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2008.

CORRÊA, Isabella Moreira de Paiva. Como se fala matemática? Um estudo sobre a complementaridade entre representação e comunicação na educação matemática. 2008. 154f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2008.

EUCLIDES. Os Elementos. Tradução de Irineu Bicudo. Rio Claro: Unesp, 2009.

FEYNMAN, Richard. The Character of Physical Law. Cambridge: MIT Press, 1967.

FONSECA, Rogério Ferreira da. A Complementaridade entre os Aspectos Intensional e Extensional na Conceituação de Número Real Proposta por John Horton Conway. 2010. 182 f. Tese (Doutorado em Educação Matemática) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2010.

FREGE, Gottlob. Die Grundlagen der Arithmetik, Breslau, 1884.

FREGE, Gottlob. Ñber Sinn und Bedeutung, Zeitschrift für Philosophie und philosophische Kritik NF 100, 25–50, 1892.

FREGE, Gottlob. Illustrative extracts from Frege’s review of Husserl’s Philosophie der Arithmetik I. In: Translations from the Philosophical Writings of Gottlob Frege. Ed. by Peter Geach and Max Black. Oxford: Blackwell, p. 79-85, 1952.

HEIJENOORT, Jean Van. Logic as Calculus and Logic as Language. Synthese. New York: Springer, v. 17, p. 324-330. 1967. DOI: https://doi.org/10.1007/BF00485036

HILBERT, David. Mathematical Problems: Lecture delivered before the International Congress of Mathematicians at Paris in 1900. Disponível em: <https://mathcs.clarku.edu/~djoyce/hilbert/problems.html>. Acessado em: 02 jul. 2018.

KANT, Immanuel. Critique of Pure Reason. Translated and edited by Paul Guyer and Allen W. Wood. Cambridge: Cambridge University Press, 1998. DOI: https://doi.org/10.1017/CBO9780511804649

LEIBNIZ, Gottfriend Wilhelm. Nouveaux Essais sur l’Entendement Humain. Paris: Editions Flamarion. 1993.

LOCKE, John. An Essay Concerning Human Understanding. New York: Oxford University Press, 1690 (1975). DOI: https://doi.org/10.1093/oseo/instance.00018020

MANNHEIM, Karl. Ideologie und Utopie. Frankfurt, 1929.

MARX, Karl. Capital: A Critique of Political Economy. Vl. 1. New York, NY: International Publishers, 1967.

MCGINN, Colin. Logical Properties. Oxford: Claredon Press, 2000. DOI: https://doi.org/10.1093/0199241813.001.0001

NASCIMENTO, Demilson Benedito. Hermann Günter Grassmann (1809-1877) e o Desenvolvimento do Pensamento Geométrico: A Complementaridade Entre Alguns Aspectos da Die Lineale Audehnungslehre (1844). 2013. 189 f. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2013.

OTTE, Michael Friedrich. Analysis and Synthesis in Mathematics from the Perspective of Charles S. Peirce`s Philosophy. In: Otte, M./M. Panza (eds.), Analysis and Synthesis in Mathematics: History and Philosophy. Boston Studies in the Phil. Of Science, vol. 196, Kluwer, 327-364, 1997. DOI: https://doi.org/10.1007/978-94-011-3977-9_13

OTTE, Michael Friedrich. Proof analysis and Continuity, Foundations of Science, vol. 11, p. 121–155, 2006. DOI: https://doi.org/10.1007/s10699-004-5915-0

OTTE, Michael Friedrich. A Realidade das Ideias: uma perspectiva epistemológica para a Educação Matemática. Cuiabá, MT, Editora da UFMT, 2012.

OTTE, Michael Friedrich.; BARROS, Luiz Gonzaga Xavier de. Creativity, Tacit Knowledge and Mathematics Education. Caminhos da Educação Matemática em Revista, On line - v. 3, n. 1, p. 101-111, 2015. Disponível em: <https://aplicacoes.ifs.edu.br/periodicos/index.php/caminhos_da_educacao_matematica/article/view/46/31 >. Acessado em: 19 dez. 2018

PEIRCE, Charles Sanders.: CP = Collected Papers of Charles Sanders Peirce. Vol. I-VI, ed. by Charles Hartshorne and Paul Weiß, Cambridge, Mass. (Harvard UP) 1931-1935, Vol. VII-VIII, ed. by Arthur W. Burks, Cambridge, Mass. (Harvard UP), 1958, (quoted by no. of volume and paragraph).

SANTAELLA, Lucia. O que é semiótica? São Paulo: Abril Cultural, 2007.

SILVA, Fernanda Ivo da. O pensamento relacional na geometria computadorizada. 2009. 122f Dissertação (Mestrado em Educação) — Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2009.

WIELEWSKI, Gladys Denise. O tabuleiro de xadrez: Uma perspectiva para a didática da Aritmética. 1998. 230f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Mato Grosso, Mato Grosso, Cuiabá, 1998.

Publicado

15.07.2019

Como Citar

FRIEDRICH OTTE, Michael; FIGUEIREDO DA SILVA SANTANA, Geslane; PAULA, Luciene de; GONZAGA XAVIER DE BARROS, Luiz. RAZÕES PARA UMA ABORDAGEM SEMIÓTICA NA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA. Revista Prática Docente, [s. l.], v. 4, n. 1, p. 24–43, 2019. DOI: 10.23926/RPD.2526-2149.2019.v4.n1.p24-41.id350. Disponível em: http://periodicos.cfs.ifmt.edu.br/periodicos/index.php/rpd/article/view/545. Acesso em: 2 maio. 2024.

Edição

Seção

Matemática e suas tecnologias